Quando o silêncio reverdece

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Quando o silêncio reverdece (capa)
Porto : Razão Actual, 1971

Aos domingos vou frequentemente à aldeia
uma aldeia que vós direis perdida, é,
entre montanhas
e que é o meu ponto de reunião comigo.
As mulheres lavam os olhos no futuro
mais do que devem e estendem com a roupa
a sua monotonia azul.
É um prazer mórbido bem sei
que arranco também aos velhos livros
com que se tapam os buracos no Inverno
e os buracos do cansaço velho muro
onde o bolor se instala com mais sentido
e corrói as imagens (…)

(excerto)