Gabinete do chefe de uma estação de caminho de ferro. O chefe da estação, homem dos quarenta e cinto anos, aspecto físico sadio, está sentado e lê o jornal. Fuma.
Fora ouve-se o ruído próprio de uma gare com pregões, pessoas a chamar outras, palavras ininteligíveis. Aproxima-se um comboio. Decresce o ritmo das pancadas características dos vagões em andamento, quando se ouvem gritos:
Ai! Depressa! Vejam, vejam! Que desgraça! Como foi isto? Acudam!
O Chefe volta-se para a porta, como a maldizer quem o incomoda, e franze o sobrolho. Vozes:
Morreu com certeza. Está despedaçado!
Batem à porta.
CHEFE
Entre
FACTOR
(entrando)
Com licença, Chefe. Mais outro. É um rapaz novo. Meteu-se debaixo da máquina e atirou isto para o cais. (Põe na mesa um maço de cartas atadas em cruz com uma fita vermelha. À porta, espreita um homem, de máquina fotográfica pendurada ao pescoço. É o Jornalista.)
(excerto)