A neve

Avatar de António Cabral

Publicado em

Veio de noite, silenciosa,
E tentou abafar, sob a penugem
Das asas, o clamor desta miséria.

Mas o vento soprou, enrodilhou-a
E deixou-a
Ensanguentada, à beira do caminho.

E foi aí que o sol, doido varrido,
A apunhalou,
Comendo-a ferozmente, voluptuoso.

Newsletter

O correio que traz poesia