Descendo a quinta do Roncão

Avatar de António Cabral

Publicado em

Ao longo do caminho, há pampilros
e um sol quente derrama-se na vinha.
É domingo e é Abril. Desço a vertente
tão simplesmente como um fio de água.
A flor da esteva, o rosmaninho,
um melro que salta dos meus pés,
a curva do rio, clara,
a clareza do céu e da montanha
tudo isto me possui. Tenho nos músculos
uma sensação de terra nova.
Romaneira, Roriz, Síbio, Roncão…
Que fumo alegre sobe dos telhados!
O fumo assemelha-se ao meu pensamento:
eleva-se, dilui-se e nada mais.

Newsletter

O correio que traz poesia